quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Espectroscopia β

Introdução

Átomos de isótopos radioativos sofrem processos de decaimento espontâneos, podendo emitir radiações ionizantes. O decaimento beta é um desses processos onde partículas β, elétrons e pósitrons de alta energia, são emitidas através de dois tipos de decaimento.
O decaimento βdescrito pela equação:

Onde um nêutron, n, é convertido em um próton, p, com a emissão de um elétron, e- e um antineutrino.

Fig.1: Diagrama de Feynman para decaimento

O decaimento βé descrito pela equação:
Onde um próton, p, é convertido em um nêutron, n, com a emissão de um pósitron, e+ e um neutrino.
Fig.2: Diagrama de Feynman para decaimento

            Os neutrinos são difíceis de detectar, porém é muito mais fácil fazer a contagem de elétrons e pósitrons incidindo-os em direção a um detector. Dessa forma, o experimento é realizado a fim de guiar as partículas β emitidas pelos isótopos, através de um campo magnético transverso.

Objetivo

Detectar e medir as partículas beta (elétrons ou pósitrons emitidos)  em diferentes valores de campo magnético.

Procedimento Experimental

1 Fonte Radioativa Na-22, 74 kBq;
1 Fonte Radioativa Sr-90, 74 kBq;
1 Contador Geiger-Muller;
1 Fonte de Alimentação Universal;
1 Multímetro digital;
1 Medidor de Tesla digital;
1 Sonda Hall.
            A configuração do experimento é mostrada na figura abaixo:
Fig.3: Aparato experimental
A medida que o campo magnético é variado, é realizada uma contagem das partículas beta por um intervalo de tempo de 10s para ambos os isótopos.

Resultados e Discussões

            A energia cinética dos elétrons é medida a partir do seu desvio de trajetória ao atravessar a região do campo magnético.
A força de Lorentz sobre os elétrons é uma força centrípeta.
Da relatividade, temos que a energia total do elétron E, é igual a sua energia de repouso E0 mais sua energia cinética Ec :
Com um raio r = 50mm fixo, pode-se encontrar as energias dos elétrons em relação a intensidade de B.
A calibração do espectrômetro é feita fazendo a relação entre a corrente da bobina com a energia da partícula.
 



A taxa de contagem por período de medida de 10s é determinada em diferentes intensidades do campo. Essa medida é registrada para ambos os isótopos.
A energia de decaimento Ez é a soma das energias da partícula beta e do neutrino. Como os neutrinos não são detectados neste experimento, ocorre uma distribuição contínua de energia para qual todos os valores entre 0 Ez ocorrem.
Usando a reta de calibração e a frequência de partículas β que atingem o contador, obtêm-se o espectro β para os dois isótopos:

           Sr90

Eb N/10s^-1
2,39E+20 42
1,57E+21 88
5,04E+21 175
5,42E+21 210
6,08E+21 257
1,03E+22 288
1,40E+22 299
1,75E+22 302
2,18E+22 241
2,48E+22 213
2,90E+22 178

Na22

Eb
N/10s^-1
2,39E+20 57
1,57E+21 100
5,04E+21 133
5,42E+21 135
6,08E+21 90
1,03E+22 55
1,40E+22 42
1,75E+22 33
2,18E+22 38
2,48E+22 32
2,90E+22 33

Onde Eh é a energia de decaimento mais frequente. Uma característica dos espectros β é que Eh é sempre igual a um terço da energia máxima, ou seja, é igual a Ez/3.



Calculando Eh para os isótopos de Estrôncio e Sódio:
Eh(Sr)  = 1,70E+22


Eh(Na) = 5,42E+21

Conclusão

Através da contagem das partículas beta, foi possível obter a energia de decaimento mais frequente para os isótopos de Estrôncio e Sódio.




Nenhum comentário:

Postar um comentário